• Camilo Mariano Fróis

    Nascido em 1836 (data de falecimento desconhecida), Mariano Fróis foi autor de inúmeros artigos, crônicas e contos publicados nos jornais e folhetins portugueses da segunda metade do século XIX, tendo um especial talento para o estilo humorístico. É citado no Diccionario Bibliographico Portuguez, de 1870, de onde extraímos a citação seguinte (de que fizemos questão de manter a grafia original).

    Camillo Marianno Froes, natural de Lisboa, e nascido em o 1º de fevereiro de 1836. Teve por paes Camillo Francisco Froes, antigo mercador da classe de lãs e sedas, estabelecido na rua Augusta, e hoje proprietario, e D. Marianna dos Prazeres Roussado Froes. Posto que dotado de talento e notavel vivacidade, entenderam seus progenitores que podiam dispensal-o de cursar estudos regulares em aulas publicas, contentando-se de dar-lhe mestres particulares. Com estes tomou noções de algumas sciencias e artes, dedicando-se especialmente a da pintura, que estudou com o muito acreditado professor T.J. da Annunciação, chegando a produzir varios quadros, que figuraram na exposição de 1858, feita na sala do risco do Arsenal da Marinha. Entrando mais tarde por desenfado no cultivo da litteratura amena, e de preferencia na do genero humorístico, para o qual parece chamal-o a sua vocação, publicou em separado algumas tentativas, que foram bem acolhidas [...].

    OBRAS DO AUTOR (segundo o mesmo "Diccionario":

    593) Novo codigo do amor: livrinho economico e indispensavel para os que namoram, util para os que hão de namorar, e divertido para os que namoraram. Lisboa, Typ. Universal 1860. 8.º de 63 pag.

    594) Album chulo-gaiato, ou colleção de receitas para fazer rir. Bruxellas, Typ. Bruylant-Christophe & Cie 1862. 8.º de 40 pag. – Sem o nome do auctor. (O logar e typographia são suppostos, porque o opusculo foi impresso em Lisboa).

    595) Caricaturas á penna: esbocetos litterarios em prosa e verso. Lisboa, na Typ. Universal do editor Thomás Quintino Antunes 1862. 8.º de VIII-225 pag., com o retrato do auctor. [...]

    596) Theresa Demonio: romance de Henrique de Kock, traduzido livremente (com uma introducção do traductor). Lisboa, Typ. Universal 1863. 8.º de IV-290 pag.

    597) Grande, espantoso e horripilante processo dos Mata-gatos!! (parodia ao processo dos Thugs estranguladores). Ibi, na mesma Typ. 1866. 8.º de 63 pag. [...]

    Desde a creação do Diario de Noticias, em janeiro de 1865, tem sido até agora seu constante e assiduo collaborador, e n’essa folha tem publicado uma grande quantidade de folhetins sobre diversos e variadissimos themas, de cuja reunião podiam formar-se alguns volumes. Acham-se nos numeros respectivos, a saber: [...]. Muitos destes folhetins, innegavelmente notaveis pos chiste e agudeza, têem sido transcriptos ou reproduzidos em diversos jornaes das provincias, das ilhas dos Açores, e até da Índia.

    Allem d’elles, e da já citada parodia dos Thugs, tem feito inserir no mesmo Diario muitas cartas, escriptas de varios paizes, durante as suas viagens a França, Inglaterras, Hespanha, etc. – a tradução do romance Vingança de Feringhea – e publicou ultimamente uma serie de pequenos artigos sobre Hygiene popular, de que hoje 21 de Abril de 1870 appareceu o n.º CVII, com o qual termina, devendo seguir-se a esta outra serie com o titulo: Chimica popular.

    Foi tambem collaborador do periodico litterario O Boudoir, publicado em Lisboa em 1864, e da Autonomia portugueza (1869), onde imprimiu O Elephante branco, romance traduzido de Léon Gozlan; tendo ainda muitos folhetins e artigos diversos na Revolução de Setembro, Noticiario portuguez, Echo de Portugal, Lisbonense e Alcyon (de Ponta Delgada); e nos Almanachs Taborda, Comido e das Gargalhadas, etc.

    (Fonte: Innocencio Francisco da Silva, Diccionario Bibliographico Portuguez. Lisboa: Imprensa Nacional, 1870, tomo IX, p. 14.)

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