A Comissão da Verdade Marcos Lindenberg foi formada em 2013, por iniciativa da Reitoria da Unifesp, e desenvolveu seus trabalhos por quase sete anos. Além do levantamento documental e dos testemunhos recolhidos, houve intensa parceria com a Comissão Nacional da Verdade, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva e a Comissão Municipal da Verdade “Vladimir Herzog”, às quais deixamos enorme agradecimento. O relatório que agora vem a público resume este trabalho. A abertura oferece um primeiro olhar sobre a trajetória da instituição, considerando as lutas e caminhos possíveis no contexto estudado. Na primeira parte, buscou-se reconstruir a experiência da Escola Paulista de Medicina durante a ditadura e, para isso, estabeleceu-se um diálogo entre os documentos pesquisados e os testemunhos recolhidos. Na segunda parte, são apresentadas biografias de alunos, servidores e professores que sofreram violações de direitos humanos. Na terceira parte, reunimos reflexões de colaboradores que participaram de nossos seminários e de comissionados. Os depoimentos gravados, em sessões públicas e em sessões reservadas, foram aqui transformados em narrativa de acordo com a metodologia de história oral, e compõem a quarta parte deste relatório. Por último, são reproduzidas as recomendações incorporadas pelo Conselho Universitário da Unifesp em 2017.
O que o leitor encontra nas páginas deste relatório é a evidência da ditadura na vida cotidiana das pessoas, nas vidas de familiares de alunos, professores e servidores presos sem justificativa a partir de denúncias nunca explicitadas, e também as consequências da experiência em suas vidas.
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