Pensar e discutir a dinâmica da organização espacial da Amazônia, através do método geográfico, mas deslocada de uma “lógica maior”, é impossível, haja vista toda a complexidade proporcionada pela interação dos fatores espaciais, sociais, econômicos, políticos, históricos e ideológicos envolvidos. Quando a compreensão do reordenamento do espaço amazônico passa pelas políticas públicas do Estado brasileiro, sendo justificadas por necessidades coletivas como a defesa, a segurança e o desenvolvimento desse ente jurídico, surge um novo problema a ser considerado: como dado espaço pode ser modificado em prol de um discurso que, hipoteticamente, é de interesse de todo um povo, mas que, na prática, parte de um pequeno grupo que visa atender às necessidades da “lógica maior” já pontuada? Assim, este livro busca correlacionar a organização do espaço amazônico com a “Doutrina de Segurança Nacional” (DSN), gerada na Escola Superior de Guerra (ESG), implantada e implementada pelos militares a partir de 1964. Por fim, esta obra tem o papel de lembrar que as consequências espaciais não se restringiram somente ao período 1964-1985, mas foram além desse recorte temporal até os dias de hoje.
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